Mons. Hélio Maranhão - Ten-Cel QOCPM Cpl Ch do SAR/PMMA
Das torres seculares das Igrejas sãoludovicenses, os sinos alegram a cidade, acordando, todos os dias, seus moradores. São os sinos das seis igrejas seculares mais antigas. Sinos da Igreja da Sé ou Catedral “Nossa Senhora da Vitória”, sinos da Igreja “São João Batista”, sinos da Igreja “Santo Antônio de Lisboa e Pádua”, sinos da igreja “Nossa Senhora dos Remédios”, sinos da igreja “Nossa Senhora do Carmo” e os sinos da Igreja “São José e são Pantaleão.” Estes sinos têm muitos tons e são afinados diferentemente. Enchem a cidade de toques e repiques, se há festas ou tocam dobres dolentes, se anunciam falecimentos, funerais e enterros. Tocam dobres também em Missas de 7º, 30° e de ano. É a grande força da tradição católica, em São Luís do Maranhão. Vejamo-los:
1) Os sinos da Catedral ou igreja da Sé dominam o Bairro do Palácio dos Leões e o bairro da Beira-mar. São sinos solenes e harmoniosos e tocam à chegado dos Bispos e para o Ritual das grandes solenidades. Estes sinos, afirma o Padre Astolfo Serra, soam, há mais de trezentos anos, ainda naqueles tempos dos solenes “Te Deum laudamus” (nós Vos louvamos) ou, sejam, nas grandes festas católicas. Além destes sinos maiores, há muitos outros, de capelas e igrejinhas. Há os sinos do “Rosário”, de “Santana”, de “Santa Teresa”, do “Desterro” e da “Capelinha das Laranjeiras”. Tempos houve em que os sinos de São Luís anunciavam os Ofícios Divinos, os Atos também políticos, até as entradas e saídas dos Governadores, os passeios dos Bispos pela cidade. Havia Leis e Regulamentos, como aconteceu em 1724: “Quando o Bispo sair pela cidade devem-se repicar os sinos por onde ele passar” (R. C. 1724). O mesmo acontecia com os Governadores Civis. Os sinos tinham obrigações regulamentares, repicando, toda vez que o Capitão Geral entrasse ou saísse do Palácio. Era como que uma continência sonora que lhe prestavam, contra a qual se insurgiu o Conde d’Aguiar que oficiou ao Capitão Geral, em 1812: “avisar ao Cabido não ser necessário repicar os sinos da Catedral, quando entrasse ou saísse do Palácio”.São estas as reminiscências que o Padre Astolfo Serra nos faz chegar até nós e aos nossos dias. Os sinos continuam nas torres seculares de São Luís. São guardiães das Tradições da cidade. A Tradição é a riqueza da memória e a segurança de um passado que sempre se renova, em nossos dias.